terça-feira, abril 03, 2007
Muito para fazer, muito para mostrar.
Ainda um WIP, agora passou a tapete, ou capacho. Não tão tradicional como os que vemos pelos mercados e não só, mas numa ideia semelhante de reciclagem. O trapilho assume um lugar de destaque cada vez mais visível não só nas criações que "inundam a net" bem como em lojas de retrosaria que afirmam ser um dos artigos mais procurados.
Parece de facto urgente revitalizar certas técnicas tradicionais, tal como a tecelagem (concordo plenamente Rosa), não só como divulgação de uma cultura, mas pelo aspecto ecológico que comportam. A produção e consumo de roupa hoje em dia apresenta níveis tão desmesurados que começa a ser um grave problema. Porque não reciclar de um modo interessante, criativo e que é tão nosso?
As mantas de retalhos, de tecido ou de renda com restinhos de lã, as lindíssimas rodilhas de trapos, os tapetes, a infinidade de ideias que podemos recriar com estas técnicas! Quem não cresceu no meio destas e de outras tradições? Quantas vezes olhamos as novas mantas de retalhos e dizemos: "ahh, lembra-me quando era pequenina!". Não defendo uma repetição exaustiva de modelos, padrões e significados, pois para isso existem já os grupos de bordadeiras, as fábricas artesanais ou semi-industrializadas, que apesar de muito poucas vão veiculando as tradições. Ou noutro extremo ainda mais raro as grandes marcas que recorrem a esses tessouros como cartão de visita.
Uma vez que há todo um "boom", uma febre de "artesanato urbano", "crafty art", ou o que lhe queiram chamar, porque não explorar esse interesse e desenvolver realmente novas técnicas, novas ideias? Parece-me pouco produtivo copiar ou recriar pura e simplesmente o que a "vizinha do lado" faz, pelo menos para divulgar como produto de autoria própria.
Perder algum tempo em experiências é necessário. Começar um trabalho com uma ideia, ainda que depois saia frustrado é muito valioso. Só nessa busca se pode marcar um trilho, tomar consciência de um objectivo, ou da sua procura. É claro que muitas vezes as coisas mais inesperadas acontecem. Somos muitas vezes parecidas enquanto pessoas, num contexto idêntico, com desejos semelhantes, e acima de tudo expostas às mesmas inspirações, disponibilidade de materiais, técnicas... tudo o que condiciona à limitação de ideias.
Não quero entrar em moralismos, nem me considero diferente dos demais. Acho apenas que devemos de perder o medo de assumir uma identidade própria, com todos os nossos erros, fraquezas (camisolas que não ficaram no tamanho certo, rendas enfoladas, costuras tortas.. quem não conhece a história?) só assim se justifica uma assinatura.
almorosa 2 - orange beads na maçã.
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6 comentários:
Excellent links.
Adoro o teu trabalho...
and I really cannot explain why?
Isn´t that funny?
bjs
Mary
hola... no hablo portugues... pero me encantan tus trabajos... queria saber el nombre y si puedes la marca del hilo con el que has hecho el spiral blue... obrigado ;) :)
Olá Orquidea, muito obrigada pelo teu comentário. O material que usei não tem marca. São apenas t-shirts cortadas e recicladas. Em Portugal chama-se "trapilho, tirelas ou desperdício". Até breve.
:)
Obrigada Sara pela foto
Quando visitares a loja em Turquel..estão tb lá a venda!
Este Domingo vou a Daniela lanchar e aprender faze-las.
Talvez faço um "tutorial"
boa semana!
Mary
Olà! Bonjour! Hi!
Me gusta mucho lo que hace usted.
J'aime beaucoup ce que vous faites.
I love what you're doing.
Yo hace crochet con muchas colores tambien!
Je crochete aussi avec plein de couleurs!
I'm also crocheting with lot's of colors!
Olá Jocelyne, muito obrigada. Mostra-nos o teu trabalho!
:)
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